A ridícula ideia de nunca mais te ver.

Acabei de ler o livro que comprei semana passada.
Eu estava louca para ver e história do luto da autora, a espanhola Rosa Montero.
O livro está  cheio de meus riscos, feito com caneta, para que sejam riscos, grifos e observações eternas.
Assim quando alguém ler verá tudo que me chamou atenção, tudo que me marcou nesse livro.
Gosto de comprar livros usados, exatamente porque na maioria das vezes vem com grifos.
Mesmo que não conheça quem grifou, em quantas mãos o livro passou, os grifos para mim sempre serão  importantes.

Mas esse livro registra a história e o comportamento da Rosa Montero com a perda do marido.
E ela escreve: "no meu luto arregacei as mangas: imediatamente me desfiz de toda sua roupa, guardei seus pertences à chave, mandei estofar sua poltrona preferida, aquela em que ele sempre sentava. Fui durona demais. Quando o estofador chegou para buscar a poltrona, sentei-me nela desesperada. Queria curtir o suor impregnado no tecido, o velho vestígio de seu corpo. Arrependi-me de ter chamado o profissional, mas não tive coragem ou convicção suficiente para lhe dizer que tinha mudado de ideia. Ele levou a poltrona. Nunca mais usei."

O livro intercala o luto dela com vários trechos do Diário de Madame Curie.
Tenho, comprada faz muitos anos, a biografia de Madame Curie, escrita pela filha Eve Curie.

Liliane