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sexta-feira, junho 30, 2006

Plantãzinho de rachar

Cheguei agora do plantão do SAMU. Plantão pesado. Um dos computadores está quebrado, desde semana passada. Sim, a gente trabalha com computador e com radio de frequencia, não sei que frequencia, não entendo disso. Só sei falar. Só sei usar. Me comunicar. É um tal de QSL, qual o seu QRA? a Básica 2 está em QAP, qual o QTC, doutora? etc, etc. As vezes fica dificil. Como vamos nos transferir de local de trabalho, dá a impressão que os chefões não estão interessados em providenciar conserto. Só sei que hoje quase enlouqueço de tantos chamados. E olhe que o que aparece de acidentes com motos, "não está no gibi". A maioria acidentes sem riscos de morte, ainda bem, né? Bom, mas como meu nome é trabalho, estou aqui inteira e pronta para mais.

Desabou, há uns 03 dias, um prédio de 02 andares no bairro da Boa Vista. Certamente um prédio velho, na rua chamada, Rua Velha. E lembrei de como fiz daquela rua, meu caminho de estudante. E de como aquela rua foi importante no carnaval de Recife, na minha vida. Agora a rua Velha envelheceu e os seus sobrados perdeu todo encanto que tinha aos meus olhos. Agora dava medo passar na rua Velha.
Liliane

domingo, junho 25, 2006

Melhor. O que foi?

Estou me sentindo melhor. Bem melhor. Nem sei porque escrevi aquilo lá. É coisa de gente frágil demais. Eu sou frágil mas não quero e não devo ficar "gritando" isso. De qualquer maneira fui numa emergência cardiológica e estava "tudo no lugar". Tudo certinho. Isso não é atestado de vida longa ou de que não é o fim. Continua podendo ser o inicio de um fim. Mas já dá uma aliviada.
Todos somos covardes diante da morte. Nesses anos todos de trabalhar no setor não vi ninguem que tivesse coragem. Mas eu tenho verdadeiro pavor de ser pega de surpresa. E me desespero quando alguem é pego de surpresa.
Eu me cuido sem parar para não ser pega de surpresa.

O Henk não estava me paquerando (risos), viu Jôka. Não ali, na sala da diretoria do Hospital.
Não foi gripe, Zana querida.
Não foi o fim, querido Rubo. Ainda bem.
Não quero deixar vcs, (Francy e CArlos) e meus bichinhos de 02 e 04 patas
Christian, querido Christian, queria que o fim fosse no e do 1º mundo. Sempre 1º mundo. Se pudesse escolher.
Beijos,
Liliane

sábado, junho 24, 2006

O fim?

Não estou me sentindo bem.
Não sei se é o início do fim. Não sei mesmo.

Liliane

Eu e Henk

Esse holandês é lindo demais.
Fez sucesso quando foi lá no Hospital.
Ele e o marido holandês da minha amiga Francy, o Carlos.
Nesta foto, estou agradecendo a visita dele ao Hospital.
Volte, Henk, volte breve.
Liliane

quarta-feira, junho 21, 2006

Coisas e coisas

Atendi esta semana, um paciente que mais parecia um urso de tão cabeludo. Um urso branco. Não no tamanho e no corpo. Mas nos pêlos. Tem quem goste. eu não.

Esta semana tive uma alegria do tamanho de mim. Acho que isso, do tamanho de mim. Descobri que um servente de limpeza que cuida da área externa do Hospital, é louco por música, por rock, por bandas, por conjuntos, etc, etc. Fala, entende e ouve música todo instante. Trabalha, as vezes no sol, limpando as folhas que sujam e enfeiam as áreas, com um fone de ouvido e um "radio" escondido por sob a farda. Agora entendo porque Gersino era tão isolado do resto dos serventes. Ele, certamente fala e os outros não entendem. Também recebi a avaliação dele, nesses 03 meses nas Aulas de Computação. Avaliação excelente, diz o prof. E quando lembro que o Gersino foi alfabetizado lá no Hospital, é mesmo para estar alegre. Uma alegria de meu tamanho.

Hiran voltou a blogar. Eu fico feliz. A gente se assusta quando alguem desaparece. Eu me assusto.

Ganhei uma bolsa dourada. Sou louca por "dourados". Veio da Europa. Tem um cheiro de coisas de 1º mundo. E tem o carinho de quem me mandou. Obrigada Carlos e Francy.

E quem pode dar notícias de minha seleção? A seleção da Croacia? Vai indo bem? Viu como os croatas são bonitos? Como Luka Kovac?

domingo, junho 18, 2006

Preciso de tempo e outras coisas.

Vi agora que faz alguns dias que escrevi aqui. Se pudesse, escreveria todo dia. As vezes volto do trabalho e venho no carro pensando em escrever. Chego em casa, o tempo se acaba e eu nem pude escrever. Aí que inveja de quem tem insônia! Quero insonia.

A morte repentina do Bussunda me deixa arrazada e me faz lembrar como é tênue a linha que separa a vida da morte. Acho que a dor de quem perde é tão grande que nem sabe se um dia essa dor vai passar. Ou se a gente quer viver para esperar ela passar. O livro que estou lendo agora, " O ano do pensamento mágico", de Joan Didion, escrito meses depois da morte súbita do marido, John Gregory Dunne, tb escritor de sucesso, fala dessa terrível experiência.
Vi, no blog do Jorge Pontual referencia a esse livro e esperei até agora que ele chegasse por aqui. A foto que tem lá no blog, mostra a destruição física da escritora, pós perda.

Adoro perfumes. E quero usa-los para eu sentir e os outros tb. Quero passar no corredor e as pessoas sentirem que passei ou que estou chegando, por conta do perfume. Não só pelo barulho dos meus saltos. Depois de comprar um perfume numa embalagem linda, chamada Ultraviolet-Paco Rabanne, que não cheira nada, resolvi que vou manter meus "cheiros". Quero ter sempre cheiro de Poison-Dior; True Love de Elizabeth Arden; CK one; Oh! da Chlorophyla; Calandre de Paco Rabanne. Acho que basta. Será que basta?
Liliane

domingo, junho 11, 2006

Croacia

Não gosto de futebol e não entendo futebol. Por isso não enlouqueço neste período de Copa do Mundo. Continuo com minhas loucuras normais. Minhas loucuras do dia a dia. Recebi uma cópia do Diario Oficial do Estado, onde se informa que no serviço público temos que fechar, parar de trabalhar, 02 h antes de cada jogo do brasil. Menos, lógico, os serviços de emergência. Eu entendo. Os serviços de ambulatório não são procurados nestas ocasiões. Adoece-se, depois. Na hora do jogo, não. E eu economizo a conta da luz, entre outras coisas.
Mas eu, mesmo sem entender, sem assistir, vou torcer para Croacia. Nem sei onde fica a Croacia. Só olhando no mapa. Mas é que o Dr Luka Kovac, um médico lindo do seriado ER, é croata. E eu vou torcer, discretamente, sem qualquer barulho, pelo país do croata lindo do seriado.

Como adoro fotografia, gosto de fotos de jogadores em movimento. Aquelas fotos que são publicadas em jornais ou revistas. O corpo sarado, os músculos delineados, ficam lindos nas fotos. E viva as fotos. Que venham as fotos.
Liliane

segunda-feira, junho 05, 2006

Voltei, ao trabalho.

Hoje voltei ao trabalho. Cambaleante mas voltei. Gosto de trabalhar. Sou workholic com prazer. Bom, mais hoje surgiu uma noticia de falecimento de uma colega que já tinha sido nutricionista e que depois virou pediatra. Não era lá essas coisas todas. Feia, assustadoramente feia, obesa, relaxada com sua aparência pessoal e chata, muito chata. Ninguem deu muita importância para o ocorrido. Mas, uma vendedora de roupas, a quem certamente ela devia, preocupada em não receber o dinheiro, telefonou e descobriu que a mesma estava vivinha da silva. Imagina se tivessemos enviado aquelas coroas horrorosas e inuteis para enfeitar nem sei o que. Bem que tentaram enviar. Eu não.

Meu filho comprou o 1ª temporada de LOST. São 07 DVDs. Ontem assisti a 03 DVDs. É tudo muito lindo mas muito confuso para mim. Tem que goste. Mas acho tanta coisa mentirosa, misteriosa, tanta coisa tão pouco consistente. Sei lá. Mas vou terminar. Quando tiver tempo.

Andrea, querida Andrea, não tomei a sopa de missô mas tomei uns caldos deliciosos que tenho aqui. Aliás, nem tinha coragem de preparar outras coisas. Só essas, pre-prontas.

Na VEJA desta semana: "o cansaço não vem dos escândalos, mas da impunidade" Boris Fausto.
Talvez isso seja a grande e intransponível distância entre nós e o 1º mundo. Talvez não. É isso, eu acho.
Liliane

sexta-feira, junho 02, 2006

Paulamar

Há pouco mais de 24 h estou com uma Virose. Febre e dores no corpo todo. Músculos, articulações não sei o que doi mais. Mesmo doente, ontem fui trabalhar. Hoje não consegui ir para o plantão no SAMU. Sou muito mole para doenças. Não aguento dor. Fico gemendo e até grito se for necessário. Não vou é me fazer de forte para uma coisa que me deixa tão fraca e frágil. Na noite que a febre apareceu e as dores também, gemi a noite toda. Os filhos já nem se assustam tanto com meus gemidos.
Liliane