Chuvas e alagamentos

Estou simplesmente apavorada com as chuvas nos Estados vizinhos e se avizinha de nós. Ou de mim.
Não gosto de chuvas. Devia chover só e apenas em lavouras, cabeceiras de rios e alguns outros lugares que nem sei dizer.
Sou urbana. Não preciso de chuvas.
Não me sinto bem vendo o sofrimento de um monte de pessoas tendo suas vidas invadidas pelas águas que carregam tudo que estiver pela frente.
Não sou lavoura.
Me preocupa se os filhos conseguiram sair de casa, se chegaram nos trabalhos. Se os carros não deram problemas.


Meu horário de trabalho é um terror para algumas pessoas. Para outras, é uma delícia como é delícia para mim.
Acordo antes das 4 h para sair as 5.30 h.
Pois é, 1 e meia hora para me arrumar.
Em dias de chuvas, o tempo fica escuro e eu tenho medo de sair. Mas saio.
Olho mil vezes pelas janelas se o horizonte mostra que vem chuvas.
Olho se o mar está cheio ou vazio. Se vazio, os alagamentos terão vida menos comprida.
Faço ambulatório as 6 da manhã.
Em dias de chuvas encontro alagamentos no meu caminho e meu carro passa por esses alagamentos numa boa. Eu é que não passo numa boa.
Vou com meu abdomem mais contraído do que ele já se contrai.
Minha alegria não tem tamanho quando chego no estacionamento do Hospital e encontro Bob Esponja e Cristina, loucos de alegria com a minha chegada e com a ração que, sabem, vão comer.
Aí eu descontraio e toco o barco para frente.
Liliane