Lixeira e tecidos

Amanhã é dia que minha querida Emília, costureira, vem para cá.

Ela é rápida.

Enquanto eu estou fazendo um ela já vai no 5º.

Encher bobina que é coisa que me dá raiva, ela faz numa boa.

A agulha quebra, ela troca rapidamente.

Eu, eu sou uma lesma, na costura.

E o medo de costurar o dedo da mão não se afasta de mim.

Vou busca-la bem cedinho, para não encontrar engarrafamento.

E quando ela chega já encontra a lista de coisas que vamos fazer.

O trabalho corre mais fácil.

Pois é! Sou organizada.

Para quem não é, sou, irritantemente, organizada.

Lixeira de carro.

E aí vamos fazer mais lixeiras para carro.
O coração-enfeite, funciona com sachê.
Eu quero comprar outra máquina de costura.
De costura simples. Mas que seja leve, bem leve.
E se encher bobina sozinha, melhor ainda.

Novos tecidos e Eduarda, cheirando para aprovação.

Eduarda, aprovando, no cheiro, os novos tecidos comprados.
Ninguém imagina o tanto de coisas para costura que tenho em casa.
Ninguém, ninguém.
Só quem já veio no nosso apartamento e viu os maleiros todos que tenho na área de serviço e no quarto de empregada(4º quarto).

Outro modelo que faço e acho lindo.

Essa lixeira ai de cima é de chita.
O colorido lindo da chita junto de borboletas coloridas.

Eduarda aprovou. 

A serviçal, Clarice, recebeu agora, agorinha, a noticia da morte do pai que estava internado há 1 semana, já muito doente e sem grandes esperanças, num Hospital aqui da cidade.
Ela, coitada, se desesperou.
Eu acho bom quando se reage, se desesperando.
Parece que ajuda a colocar a dor da perda, que é insuportável, para fora.
Mas nem sempre pensei assim.
Nem sempre entendi esse desespero.
Gostaria de ter podido me desesperar junto com ela.
Algumas dores, certamente, melhorariam.
Liliane