Não gosto de festas juninas.
Não gosto de fogueiras, de fogos, das comidas, das roupas ou das músicas tocadas neste período.
E nesse período, por aqui, só se escuta isso.
Os jornais estampam encartes, como os que coloquei aqui, com a programação junina na cidade e nos arredores.
E eu, totalmente, por fora.
Umas poucas e bobas pessoas estranham esse meu não gostar. E daí? Não gosto.
Já houve um tempo que na minha casa se fazia fogueiras, se soltavam fogos e até balões que nem subiam.
Meu pai era desajeitado todo. Alegre, conversador, sempre bem humorado, mas desajeitado todo.
As fogueiras feitas por ele, não acendiam.
As fogueiras todas da ruas subiam e cresciam. Até no dia seguinte, as fogueiras das outras casas ainda queimavam.
As nossas não.
E ainda tínhamos que guardar os pedaços de madeiras inteiros da fogueira que não queimou.
Não lembro se a gente guardava para as próximas fogueiras(fogueiras de São Pedro), ou se era para jogar no lixo. Não lembro mesmo.
Mas tínhamos que limpar o local.
Não era de bom tom, demonstrar que nossa fogueira estava quase inteira.
Mais meu pai nem ligava. A gente também não.
O importante era arrumar a fogueira.
Era planejar os enfeites da fogueira e a hora que deveríamos acende-la.
Isso era tão legal. Não lembro de brigas com aquele monte de irmãos para esse planejamento.
Os balões eu gostava muito de ajudar a fazer. E até a tentar fazê-los subir.
Papai comprava papeis coloridos com as cores de nossas preferências.
Munidos de cola, tesoura, arame e algodão a gente tentava montar os balões. Pequenos balões.
Ficavam bonitos. Mas não subiam muito. No máximo na altura do muro de nossa casa.
A gente corria atrás.
Soprávamos, abanávamos com as mãos ou com uns abanadores de palha que tinha em casa.
Veja que besteira! Soprar e abanar para o balão subir. E gritávamos, também.
Já sabíamos que estavam para cair. E caiam.
Lembrei disso porque ontem foi aniversário de minha irmã Suiane.
E fomos todos para casa de mamãe, agora já sem o papai.
E mesmo sendo final de tarde, soltou-se fogos e vimos várias fogueiras na rua, aguardando a hora de serem acesas.
Viva São João!
Liliane
3 comentários:
Pois é Liliane, tudo tem seu tempo, nè?
Também já gostei, já fui até o pai da noiva no casamento da roça (êta bichinha invocada....kkkk) mas fico bobo de ver que tem gente que passa a vida toda sempre com os mesmos rituais... Até admiro, viu?
Se passar por alguma festa, pula uma fogueirinha por mim, tá????
Oi Liliane, ao contrário de vc. sempre amei o mês de junho. Na minha rua queríamos fazer uma fogueira maior. Lembro q/ cheguei a queimar um vestido (novo) com uma tocha soltando fogos.
Seu coment. lembrou uma expressão q/ tenho escutado mto. "não é auspicioso"
(Ontem p/ lembrar o S. João fiz um curau ou canjica da Yoki)
E quando eu lembro dos acidentes que precisamos atender, penso que nem devo gostar dessas festas.
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