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domingo, setembro 16, 2007

Antonio Maria Araujo de Morais


Terminei de ler na semana passada o livro cuja capa está na foto, pequena foto.
Nem sei se da para vê o que ou de quem se trata.
O livro é um diário escrito no período entre 12/03/57 e 19/04/57, por Antônio Maria, num caderno colegial pautado.
O jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, conseguiu da família, autorização para publicação.
O caderno, após a morte, propavelmente, por um Infarto Fulminante em 15/10/64, ficou com uma namorada do Antônio Maria e depois foi anexado aos arquivos do jornalista pernambucano de Caruaru, João Condé, então amigo de AM.
Desde criança eu tenho uma ligação afetiva com Antônio Maria.
Minha tia Helbinha, segurando minha mão, passava numa casa, no bairro do Espinheiro, aqui em Recife e me dizia: "está é a casa dos pais de Antônio Maria". Eu nem sabia quem era Antônio Maria.
Lembro da rua, lembro da casa que nem deve existir mais.
Mas, a curiosidade bateu. E nunca morreu.
Passei muito tempo, bem antes da internete, procurando em bibliotecas e sebos, alguma coisa de Antônio Maria. Li o pouco que encontrei.
Para comprar, só encontrei, muitos e muitos anos depois, numa feira de livros em Brasília, quando lá morei. (amo Brasília)um ou dois livros.
Viver com Antônio Maria deve ter sido um terror.
Mulherengo, farrista, talentoso, sedutor e devorado por uma solidão. Um "saco" viver com alguém assim.
Ele escreveu em 30/03/57 quando estava em Petrópolis:
"Às vezes me sinto muito só. Sem ontem e sem amanhã. Não adianta que haja pessoas em volta de mim. Mesmo as mais queridas. Só se está só ou acompanhado, dentro de si mesmo. Estou muito só hoje. Duas ou três lembranças que me fizeram companhia, desde 2º feira, eu já gastei. Não creio que, amanhã, aconteça alguma coisa de melhor".
Em 06/04/57:
"Mariinha(a esposa) anda triste. Tenho impressão de que ser minha mulher acaba com a vida de uma pessoa".
E viva Antônio Maria Araujo de Morais
Liliane

Um comentário:

Anônimo disse...

e viva Santo Antônio

beijão