Nesse últimos dias tem havido uma avalanche de envolvimentos. Não quero e não devo trazer essas preocupações para minha casa, para minha vida. Mas dou um jeitinho de não deixar o paciente abandonado.
Está semana atendi um rapaz que não toma café da manhã porque não tem nada para comer. Vai para uma biblioteca enganar a fome até a hora do almoço quando come pra valer, ele me disse.
Outro paciente disse que não tinha mais alegria na vida porque achava que era gay. Aí vc precisa ter um tempo para explicar que mesmo que seja gay tem que se ter alegria de viver aos 19 anos. A irmã, ao lado, ouvia a história e dizia que tinha que entregar a vida a deus. Que tinha que ocupar a mente com deus. Precisei intervir para a consulta não virar um culto evangélico/religioso.
O de hoje foi de lascar. Perdeu a esposa de 34 anos com uma rutura de aneurisma, há aproximadamente 1 ano e que desde então não sente alegria de voltar para casa por que não tem para quem voltar.
Essa foto do Getty Images é oportuna para a solidão do paciente.
Liliane
4 comentários:
Liliane, admiro tua profissão e imagino o quanto deve ser difícil deixar de lado os problemas dos pacientes para viver a vida própria.Adorei teu post!
Eu seria uma péssima médica.
Um abraço da tua fã do Sul.
Isa
Cada qual com sua cruz. A da gente é sempre menor, quando vamos comparar com outras por ai. Vc. não está mais fazendo encontros entre teus pacientes ? rs. Gostei do post. Bjs
e por falar em medico...voce precisa ver o quanto eles sao impessoais aqui nos States. Acostumada como eu, a dialogar com os médicos, quando a gente vem pra cá, precisa mudar porque medico americano nao tem tempo a perder com pacientes nao. Eles sao super profissionais e tudo mais, mas ta faltando o elemento humano que sinto falta. Prefiro os medicos brasileiros !
Diga ao rapaz que não se sente feliz porque é gay que ser gay é uma coisa muito normal, ótima, e que ele pode curtir relaxar e curtir a vida. Palavra de Kristal!
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