Estava lendo na maravilhosa revista ENTRELIVROS, um texto do livro de um escritor austríaco, que nunca ouvi falar. Thomas Bernhard é o autor. Origem é o nome do livro. É uma coletânea de 05 relatos autobiográficos. Daniel Piza, o lindo e culto Daniel Piza comenta que é possível vê duas experiências traumáticas na vida do escritor: o bombardeio de Salzburgo durante a 2ª Guerra Mundial e o período em que ficou internado num sanatório com infecção pulmonar, à beira da morte. Mas o que me espanta é uma descrição que ele faz sobre genitores. Terrível. Só pode sair da cabeça de um homem que tem zero de espermatozóide. Zero mesmo. Ele diz: "com ignorância e vileza absolutas, nossos genitores nos pôem no mundo e, feito isso, não consegue lidar conosco, todas as suas tentativas fracassam, eles desistem logo, mas sempre tarde demais, e somente quando já nos destruiram faz tempo."
Quem tem filho sabe como se tenta agradar e acertar.
Nossa cadela cuiabana, Fanny Valentine está com um tumor de fígado. Ainda está caminhando e comendo muito, coisa que sempre gostou de fazer, mesmo a gente controlando. Mas vê-la com o abdome imenso, deambulando com alguma dificuldade, quase sem músculo, a pele seca e descamativa, é terrível. Não sou veterinária mas acho que a conduta é a mesma de gente. Vale a pena fazer quimioterapia? Não sei. Se se faz necessário uma paracentese para diminuir aquele volume abdominal que incomoda de andar e de deitar.
Sempre que estou perto, converso com ela. Digo como ainda é bonita e querida. Mesmo com o pêlo começando a rarear, os tornozelos apresentando edema e ela já não podendo correr pelo apartamento. Ela deve entender. Isso deve ajudar
Fanny querida, a gente ama você.
Meus (filho e filha) foram com o parceiros para o carnaval de Bezerros. Bezerros é uma cidade do interior onde tem "papangus". Nem sei bem o que eles representam. Mas sei que são lindos e alegres. Já quis me vestir de papangu.
A Secretaria de Saúde se preparou para atender os excessos. A gente sempre se prepara.
Ontem ainda dei uns "pulinhos" no meio do Galo da Madrugada. Desta vez sem saltos. Mas voltei rápido. Tive medo de ser assaltada mais que ser esmagada pela multidão.
Acho frevo contagiante. Adoro carnaval.
Liliane