Quando era pequena, lembro de que tinha verdadeiro pavor de bois ou vacas.
Não sabia nem fazia diferenciação entre um e outro.
E eu estudava numa escola na minha rua que para chegar até lá tinha que atravessar um matagal, não tão matagal, como esses da fotografias que
encontrei na internete.Minha mãe já com alguns dos 9 filhos não podia parar para me levar na escola.
E o jeito era ficar no portão esperando que alguém passasse para eu ir ao lado, acompanhando.
Ou esperar minha professora que passava em frente a minha casa.
Que pavor que eu tinha.
Eu tinha medo de correr até a escola porque imaginava que os bois iam correr atrás de mim.
E eles ficavam assim como nessa foto, olhando as pessoas que passavam.
Provavelmente, hoje eu imagino, com medo da gente.
Depois de muitos anos, lembrei que o medo devia ter começado na Exposição de Animais no Bairro do Cordeiro, onde papai e mamãe tinha nos levado a passeio.
A gente não viu o boi "bravo" que se soltou.
O que a gente viu foi um mundo de gente correndo, caindo e se machucando para sair do local.
Lembro muito bem de segurar fortemente na mão de meu pai ou da minha mãe.
E lembro deles nos segurando, eu e meus irmãos.
Não caímos, nem os machucamos mas, esse medo viveu comigo por muitos e muitos anos.
Cresci e o medo foi embora que nem deu para perceber.
Voltei muitas e muitas vezes na Exposição da Animais(minha mãe mora ao lado) sem qualquer medo. Mas as lembranças daquela correria não saem da minha cabeça até hoje.
Não quero que saia. Elas não mais me amedrontam.
Consigo chegar perto de vacas, cavalos, porcos, etc, etc, sem medo. Com cuidado. Mas não com medo.
Com o tempo criei uma relação afetiva importantíssima com animais.
E sempre que viajo vou conhecer os zoológicos da cidade.
Agora tem um animal, que quero morrer com medo dele.
É o sapo. E a família e os descendentes dele.
Não vejo nem em imagens.
Fiquei em recuperação, uma única vez na minha vida toda, na cadeira de Fisiologia, só porque na prova prática tinha que falar da aula com sapo.
A Dra. Nair Teodósio não aceitou trocar o assunto e eu travei.
Quem não tem medo de sapos que fique com eles.
Eu não preciso de perder esse medo.
Eita! Ia esquecendo. Também não gosto de palhaços. Por que? Não sei.
Liliane